Conexão Delta G

O Programa

O Programa de Melhoramento Genético

O trabalho de melhoramento genético da Conexão Delta G pode ser descrito através de etapas conforme a seguir:

(1) Identificação dos animais
A condução do programa de melhoramento genético envolve o controle individual dos animais. Cada animal recebe uma identificação, que pode conter números ou uma combinação de números e letras. A identificação é a “carteira de identidade” do animal. Por isso, a premissa básica de qualquer sistema de identificação deve ser: para cada animal uma identificação diferente. Diferentes métodos de identificação podem ser utilizados: marca a fogo, tatuagem ou brinco nas orelhas.

(2) Manejo dos animais
Os animais são manejados em lotes (grupos de manejo). O rigor na determinação dos grupos de manejo é fator importante na determinação do grau de sucesso do programa de melhoramento genético. Os grupos de manejo (lotes) onde os terneiros permanecerão do nascimento até a desmama e, depois, no período pós-desmama, devem ser formados no nascimento e na desmama, respectivamente. Todos os animais de um determinado grupo de manejo devem ser manejados em conjunto, recebendo as mesmas oportunidades. O conceito básico dos grupos de manejo é: dar as mesmas condições ambientais para que apareçam as diferenças genéticas entre os animais.

(3) Coleta de dados
A coleta de dados é uma das etapas mais importantes a serem cumpridas num programa de melhoramento genético. A tarefa de coletar os dados geralmente envolve boa parte da equipe de pessoal da fazenda, desde o peão até o técnico, que devem ser devidamente treinados para executá-la. Para garantir a qualidade dos dados coletados, a Conexão promove, periodicamente, em diversas regiões do país, cursos e treinamentos para os avaliadores.
As informações são coletadas em cada uma das fases do ciclo biológico dos bovinos: na reprodução, no nascimento, na desmama e no sobreano. As características a serem melhoradas nos animais são avaliadas em dois momentos-chave, na desmama (entre 6 e 8 meses de idade) e no sobreano (entre 14 e 18 meses de idade). Após a coleta, todos os dados são digitados e armazenados através de um sistema informatizado, que pode ser operado na própria fazenda.

(4) Avaliações genéticas multi-raciais
Depois de finalizadas as etapas de coleta e digitação dos dados, a próxima etapa do programa de melhoramento genético da Conexão Delta G é a realização das avaliações genéticas. As avaliações genéticas são realizadas pela empresa GenSys, em Porto Alegre/RS. Os modernos procedimentos utilizados nas avaliações genéticas visam separar adequadamente o quanto de cada característica medida nos animais é devido a fatores ambientais e o quanto é devido a fatores genéticos. Somente a parte genética é transmitida dos pais para os filhos. As avaliações são multi-raciais, ou seja, as raças Hereford e Braford são avaliadas conjuntamente, o que permite utilizar mais efetivamente a variabilidade genética na população como um todo.

(5) Seleção dos animais
A seleção dos futuros reprodutores (touros e vacas) é a última etapa do programa de melhoramento genético. Com base nos índices genéticos dos animais, o criador e/ou seu técnico faz a seleção dos animais, destinando os melhores à reprodução e os inferiores à engorda. A seleção dos animais jovens acontece na desmama e no sobreano.

Na tabela abaixo é possível visualizar o peso de cada característica avaliada no índice desmama e final.

 Ganho de Peso do Nascimento ao Desmame (GND)  52%
 Conformação ao Desmame (C)  10%
 Precocidade ao Desmame (P)  19%
 Musculatura ao Desmame (M)  19%

 

  Ganho de Peso do Nascimento ao Desmame  25%
  Conformação ao Desmame  4%
  Precocidade ao Desmame  8%
  Musculatura ao Desmame  8%
  Ganho de Peso do Desmame ao Sobreano  25%
  Conformação ao Sobreano  4%
  Precocidade ao Sobreano  8%
  Musculatura ao Sobreano  8%
  Perímetro Escrotal ajustado para idade e peso  10%

 

(6) Planejamento dos acasalamentos
A seleção dos touros e matrizes e a determinação dos acasalamentos podem ser realizadas simultaneamente com o auxílio de um programa de computador, denominado PAD (Programa de Acasalamentos Dirigidos). O primeiro passo para utilizar o PAD é o criador informar a relação de touros com possibilidade de uso e as matrizes disponíveis na propriedade. No passo seguinte, o programa seleciona as matrizes e simula o acasalamento de cada uma delas com todos os touros disponíveis. No final do processamento, o programa indica os melhores acasalamentos e os touros que produziram estes acasalamentos. O uso do PAD proporciona uma série de benefícios aos criadores, entre eles:
● Seleção de touros e matrizes com utilização plena das informações (coletadas e geradas) no programa de melhoramento genético;
● Seleção de touros “sob medida”, com especificações para atender as necessidades e os objetivos particulares do rebanho;
● Produção de animais de elevado valor genético, em consonância com os objetivos de seleção, acelerando grandemente o progresso genético;
● Produção de animais cruzados para o abate, com elevado desempenho, utilizando ao máximo as vantagens dos cruzamentos;
● Possibilidade de combinar os índices genéticos e genotípicos para produção de animais de alto valor genético (genética aditiva) e elevado desempenho (genética aditiva + genética não aditiva);
● Produção de animais “CEIPados” com índices superiores aos que vinham sendo produzidos;
● Diminuição da freqüência de animais com atributos deficientes;
● Diminuição dos descartes por características raciais, possibilitando maior pressão de seleção nas características de produção e
● Controle do nível de endogamia, evitando a depressão endogâmica.