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Chuvas após a estiagem no Rio Grande do Sul podem aumentar infestação de carrapatos

23/01/2020

Especialista recomenda ação rápida para controle do parasita em locais onde o rebanho tem sido afetado pela seca

O tempo seco causado pela estiagem e o posterior retorno das chuvas ao Rio Grande do Sul causam preocupação aos pecuaristas em relação à incidência do carrapato bovino. A afirmação é do presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G, Bernardo Pötter. Conforme o especialista, o fato influencia fortemente na infestação do parasita, que pode causar problemas econômicos ao criador especialmente pelos danos da Tristeza Parasitária Bovina.

Segundo Pötter, nestes lugares onde está muito seco, o criador não vê o carrapato, mas o parasita fica escondido no solo e se procriando. “Tem muito ovo de carrapato que não eclodiu e está esperando uma chuva para aparecer. Nestes lugares é preciso ter muito cuidado quando chover, pois pode ocorrer uma explosão de carrapatos”, reforça.

A partir deste sinal de chuvas, o especialista recomenda a utilização de produtos que peguem formas imaturas de carrapato para amenizar a infestação do parasita nas pastagens durante o outono. O objetivo é evitar que as ocorrências entrem pelo inverno. “O carrapato salta no gado no outono com tempo de se manifestar em um ou dois ciclos, trazendo problemas no inverno”, destaca.

O presidente do Conselho Técnico da Conexão Delta G ressalta que o produtor deve buscar princípios ativos com efeito residual e que agem sobre o crescimento do carrapato. Já nas áreas onde a chuva está regular, Pötter indica que os criadores utilizem o tradicional cronograma de controle. “Nesta época é importante utilizar produtos que possam combater as formas adultas e por março entrar com novos produtos para as formas jovens, diminuindo, assim, a infestação no outono para chegar no inverno com baixa incidência de carrapatos”, observa.

Quanto a Tristeza Parasitária Bovina, o especialista frisa que nos locais onde está seco, é importante também cuidar o rebanho, pois os animais estão muito tempo sem contato com os agentes transmissores da doença e a imunidade dos exemplares está baixa. “Se ocorrer uma infestação muito alta de uma hora para outra, quando começar a chover, teremos muitos casos de Tristeza Parasitária Bovina, por isso é bom não deixar ocorrer uma infestação e agir rapidamente”, conclui.

Há mais de dez anos, um convênio de pesquisa firmado pela Conexão Delta G com a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), e a Gensys Consultores Associados, com apoio da Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB), vem desenvolvendo um projeto de seleção genômica para resistência ao carrapato, o qual combina dados de contagens de carrapato e de genealogia com informações de DNA, de modo a identificar e selecionar aqueles animais mais resistentes no plantel.